Estocolmo

31 maio 2013 /


Nos dias de hoje as relações são tão plásticas, moldáveis, falsas e é tão raro 
encontrar carinho verdadeiro que me levou a pensar até onde as pessoas 
iriam por um pouco de companhia. Pensei no mais extremo que conheço.

Pra ouvir: Weartherman - Plus 44


Deslizou os dedos pela bancada imunda. Poeira acumulou-se neles. Ela a tocou com a ponta dos dedos da outra mão, colocou contra a luz de um sol que logo cedo queria levantar. Observou os porta-retratos sobre a mesa. Conhecia bem o rosto que estava em cada um deles, mas nenhuma das pessoas que estavam com ele, nem mesmo o garoto que aparentemente tinha sua idade (que idade?) ou a mulher loira, aparentemente cansada demais pra sorrir, ao lado dele em muitas das fotografias.

Os cabelos grisalhos do conhecido, um preto e outros tantos brancos já quase extintos, ainda eram negros em algumas delas, mas o rosto de queixo marcante e os olhos miúdos continuavam os mesmos que conhecia (conhecia?).

Olhou o calendário suspenso sobre uma fraca linha de náilon na parede próxima a porta de saída (deveria sair?) e surpreendeu-se com a data. Não se lembrava da última vez que havia visto um calendário, nem sabia se ele tivera o trabalho de pular os meses que iam passando, mas o ano - ah o ano! - este sem dúvida não era o último que conhecera. O tempo lhe pousou sobre os ombros. Eram anos pesados, ela não conseguia sustentá-los em pé. Tomou a poltrona gasta que estava próxima aos seus joelhos.

Cruzou as mãos sobre as saias do vestido gasto que usava (a quanto tempo?) e num impulso bobo quis rezar, porém sabia por muita experiência que aquilo não resolvia nenhum problema. Evitou a todo custo olhar para a figura a frente, despejada de modo torto sobre o sofá. O cheiro dela lhe alcançava. Fedia a doce podridão. Aliás, tudo ali fedia. Sempre foi assim.

Sempre?
Desde quando aquilo era "sempre"?



O seu Sempre costumava ser a escola e o trabalho de meio período numa galeria na Av. Augusta. Não que ela realmente precisasse, seus pais eram pessoas de boa condição, capazes de lhe pagar bons estudos e um lar confortável. Contudo, ela tinha seus queridos 17 anos e gostaria de poder gastar mais. Resolveu aceitar o emprego por isso. Como conseguia conciliar a escola e o emprego, os pais não reclamavam.

O antigo Sempre começava cedo, na estação Pinheiros e terminava na Paulista, embora precisasse seguir outras cores para ir a escola e voltar para o emprego. O metrô era um bom lugar para se pensar e dos lugares único no mundo capazes de fazer milhares de pessoas sentirem-se sozinha ao mesmo tempo, mesmo em companhia de outras tantas. Aliás, a maioria gostaria de estar sozinha mesmo. A lotação incomodava todo mundo e era ainda pior quando o relógio tossia as seis da tarde e o sol resolvia descansar.

De repente, o formigueiro humano fazia jus ao nome. Milhares de pessoas encontravam-se, espremiam-se. Os turistas pediam informações, perdiam-se. Mal dava pra ver as placas de pra onde deveria seguir. Sobe, desce, esquerda, esquerda, direita, desce. Espera o metrô, espreme-se no metrô, deseja uma cadeira que nunca está vaga, desce do metrô, sobe escadas rolantes, esquerda, direita, direita, pede desculpas em quem bater no seu ombro embora nunca escutem, sai da estação e respira a noite. Respira perigo.

O dia em que o antigo Sempre e o novo Sempre deram as mãos pela primeira vez começou como outro qualquer: no metrô. Era sábado e não havia escola. Ela deveria embarcar na estação Pinheiros, pular fora dele na Paulista e descer a ladeira da Augusta até encontrar a galeria onde trabalhava. O metrô estava lotado como sempre. O único lugar que ela havia conseguido fincar os pés foi próximo à porta, segurando sem jeito nos ferros ali próximos. Foi amassada ali pelas outras pessoas. Fingia não se importar enquanto praticava sua brincadeira preferida. Para testar seus reflexos e noções de tempo, além de recitar seu mantra de todos os dias. Assim que embarcava, pensava no pequeno mantra que montara para decorar as estações: "Por trás dos Pinheiros...". Próxima estação: Faria Lima, dizia a voz robótica. Rapidamente, ela continuava. "Faria Lima sempre dizia...". Próxima estação: Consolação. "Que não havia Consolação". Próxima estação: Paulista. "Em nenhum lugar da Av. Paulista".

Mas, daquela vez ela não conseguiu terminá-lo.
Parou na Consolação.

Sem saber direito de onde veio, sentiu entre os braços da multidão uma mão que agarrou seu pulso e a fez fluir para fora do trem juntamente com as pessoas que desciam ali. Tentou desvencilhar-se da mão, mas ela prendia forte. O metrô zarpou sem ela enquanto a mão ainda sem rosto lhe conduzia a força por estações. Meio sufocada pelo desespero, ela não conseguia acompanhar a leitura das placas que indicavam para onde iam que ficavam turvas à medida que seus olhos enchiam de lágrimas. Subiu, andou praticamente correndo e mesmo assim não conseguia encontrar a voz perdida em algum lugar da garganta, afogada pelas lágrimas. Queria gritar por socorro, por ajuda, mas em meio a multidão não havia nenhum consolo.

Quando finalmente saíram do terminal, ela sentiu a figura segurando-lhe por trás, tapando a boca e finalmente arremessando-a no banco de trás de um carro antigo, onde amarrou seus pés e mãos com uma corda que machucava. Deu-lhe um soco tão forte no rosto que a fez desmaiar.

Só recobrou a consciência muito tempo depois, não sabia dizer ao certo quanto tempo, pois o pequeno quarto em que se encontrava estava completamente vedado. Abriu os dois olhos e coletou tudo que seus olhos podia ver. Estava deitada no chão e havia poeira perto do seu nariz. Aos poucos, começou a sentir seu corpo e as dores. Primeiro o rosto latejou. Como estava encostado ao chão frio anestesiava um pouco a dor, mas era capaz de senti-la. Depois as sensações de dor foram descendo por seu corpo. Em seus seios, braços, pernas e especialmente na região do ventre. Ela sabia o que aquilo significava. Levantou-se assustada, sentou-se no chão frio e percebeu que não estava mais vestida. Tentou cobrir-se com as mãos, não conseguiu. Soluçou e escondeu o rosto entre as mãos.

Um tempo depois e paralisada pelo medo, finalmente ela havia entendido que aquilo parecia uma espécie de sequestro. Perguntou-se que fortuna aquele vil homem avaliaria como o seu valor e se os pais seriam capazes de pagá-la. Rezou por horas. Rezou para ser salva logo. Rezou para que ele não fizesse o que quer que tenha feito quando ela estivesse acordada.

Doce ilusão.

Um tempo depois, ela ouviu o barulho da fechadura da porta sendo destrancada. Uma figura meio gorda de pescoço largo e olhos miúdos lhe fitaram com desejo. Ela tentou esconder-se no escuro, mas a luz e o homem lhe encontraram. Tentou lutar contra ele, mas as poucas forças que tinha não foram capazes de detê-lo. Novamente, ele a possuiu com fúria e dor. Tapas, arranhões e mordidas. Em meio ao seu ato vil, o homem murmurava um nome – “Sônia” – enquanto babava de prazer. Aquele não era o nome da menina.

Quando terminava, ele a deixava-a jogada no chão.

Aquilo se repetiu por muito tempo. Várias vezes durante o dia, pelo que ela podia perceber da vaga noção de tempo que lhe restava. No tempo em que ficava sozinha em meio ao frio e a escuridão, ela rezava. Para ser encontrada logo, para que seus pais conseguissem logo pagar o resgate, para que finalmente acordasse do pesadelo. Por muito tempo rezou e não obteve nenhuma resposta. Exceto uma.

Certa vez, após perceber que ele lhe tratava melhor quando ela não lutava contra ele e seu desejo, assim que ele terminou, ela criou coragem e lhe perguntou quanto custava o resgate. O homem meio cambaleante – parecia bêbado – olhando-a, analisando sua coragem. Voltou para onde ela estava, abaixou-se na altura dos seus olhos. Tocou-lhe os cabelos sujos de modo delicado. – Não há resgate - ele respondeu com simplicidade, em sua voz rouca e amedrontadora. – Você agora é minha e quanto mais comportada for, melhor será para você.

Assim que ele a deixou, as lágrimas novamente a atingiram. Com mais força do que nunca. Soluçou por horas perguntando aos céus o que havia feito para merecer destino tão cruel. Não se lembrava de ser uma péssima pessoa capaz de merecer aquilo. De certo não era uma pessoa totalmente boa, mas nunca cometera nada tão vil que pudesse resultar naquilo. Noutro momento, amaldiçoou os céus, aquele homem e até mesmo Deus.

Quando finalmente controlou-se, pensou nas opções que tinha. Poderia gritar por socorro, mas ninguém poderia lhe ouvir antes do homem. Ela não queria ser machucada. Podia tentar matá-lo enquanto ele lhe possuía, mas ele era claramente mais forte que ela e podia ser que o plano desse errado e o moribundo no final fosse ela. Não seria má ideia morrer, pensou, mas se ele quisesse matá-la, teria continuado até o fim suas tentativas de estrangulá-la no ato vil.

Sua única opção realmente viável era a dada por ele.
Quanto mais comportada fosse, melhor ele lhe trataria.

Embora ainda descrente, ela procurou fazê-lo. Não lutou mais contra ele. Foi submissa e comportada. Logo os resultados começaram a aparecer. Ele começou a acariciá-la, às vezes. Tratá-la melhor. Aumentou a quantidade de vezes em que lhe alimentava e até lhe permitiu tomar banho uma vez por semana. Deu-lhe alguns vestidos velhos e um cobertor rasgado para os dias mais frios. Certa vez, até mesmo a levou – amarrada é claro – para a sala, jogou-a no sofá e permitiu que visse um filme muito ruim com ele. Ele bebia e a observava. Chegou até mesmo a elogiá-la uma vez.

Ela então começou a notar que embora cometesse as mais vis crueldades, talvez ele não fosse uma pessoa tão ruim assim. Talvez, ele só quisesse alguma companhia. Aquela Sônia que ele tanto chamava poderia ter sido sua esposa ou uma paixão não consumada. Alguém que lhe foi levado. Surpreendeu-se quando olhou a figura do homem velho e sentiu compaixão dele. Ela entendia bem como era sentir-se sozinha. Era filha única e como os pais trabalhavam o dia inteiro sua única companhia era a televisão, assim como ele.

Conformada com o seu destino, ela decidiu torná-lo mais agradável. Procurou conversar com ele, que lhe respondia sempre com grunhidos e respostas monossilábicas, mas não a tratava mais com tanta grosseria como no começo. O tempo passou e ela conquistou alguma confiança. Não a ponto de poder sair do local, mas lhe era permitido ver mais filmes com ele, às vezes sem estar amarrada. A frequência dos estupros diminuiu drasticamente. Uma vez ele até deixou-a beber um pouco da cerveja que sempre bebia. Ele sempre parecia estar bêbado. Os dias, então, eram os mesmos, sempre, mas não pareciam mais tão horrendos.

Até que novamente, uma reviravolta.

Ele a possuiu pela última vez e a trancou no quarto escuro. Algumas horas depois, a menina pôde ouvir barulhos. Parecia que alguém estava entrando na casa. Por um minuto, ela teve esperanças. Poderia ser a policia para resgatá-la, finalmente! Ouviu então uma espécie de luta, coisas sendo quebradas e uma pancada muito forte. Finalmente um silêncio momentâneo. Depois, barulho de coisas sendo arrastadas. Parecia que havia um ladrão na casa, ela concluiu. Perguntou-se se também seria levada, afinal, não passava de mais um dos objetos dali. O tempo passou e de repente tudo voltou ao silêncio.

Assustada, ela começou a pensar o que teria acontecido com o velho e pior, o que aconteceria com ela, ali presa. Num impulso que não sabia ao certo de onde se originara, ela levantou-se da coberta imunda e foi até a porta. Os passos eram fracos e sem forças. Levou um susto imenso ao perceber que porta estava destrancada. Será que ele havia se esquecido de trancar ou quanto tempo não a trancava de verdade ali?

Saiu devagar, ainda com medo de ser pega pelo velho. Percebeu que era noite e que a casa estava uma bagunça maior que o normal. Havia vidro quebrado pelo chão, a televisão e alguns objetos de valor haviam sido levados. Caminhou levemente. O velho parecia sentado no sofá, sem se mover. A porta estava aberta. Pensou em correr o mais rápido que pode, mas lhe faltavam forças. Pensou novamente se o velho estava machucado. Chamou-o, com medo. Não obteve resposta. Avançou mais um pouco e ele permanecia imóvel. Quando finalmente alcançou o homem, teve uma visão terrível.

Havia sangue por todo lado e o rosto feio do velho estava deformado. Aparentemente havia sido acertado por algum muito pesado. O olho estava vidrado olhando para onde costumava ficar a TV, mas nada via. Estava morto, concluiu.

Uma sensação de alivio imenso percorreu todo o corpo. Ela finalmente estava livre! Rapidamente dirigiu-se a porta. Mas, não conseguiu sair. Olhou novamente para trás, o moribundo estava ali, parado. Pensou se ele possuía família que pudesse velar seu corpo. O fundo do seu coração gritou, a única família que ele possuía era ela.

E sem saber ao certo porque, ela voltou, sentou-se na poltrona que costumava ficar e ficou o restante da noite inteiro lhe fazendo companhia. Aquilo lhe parecia doentio e ridículo, mas ela o fez mesmo assim. Quando deu por si, o dia alcançou as janelas. Ela explorou um pouco o local que havia sido sua casa há tanto tempo – sabia agora que cerca de cinco anos, segundo o calendário na parede.

Pela última vez observou, da porta, tudo aquilo. Um sorriso lhe veio a boca. E ela correu. Correu pelas escadas, correu até a porta do prédio. E chegando a uma rua desconhecida, ela abraçou o cinza de São Paulo, feliz por finalmente poder vê-lo novamente.
...

NOTA DA AUTORA; Peço perdão (porque desculpas não seria suficiente) pelo tempo imenso de hiatos. O motivo? Falta de inspiração total. Simplesmente não conseguia gostar e finalizar absolutamente nada. Espero que este seja o começo de uma nova era no blog. Três anos de contos, 20 anos de mim (em breve, dia 07). Isso deve significar algo.  

O título do conto refere-se à Síndrome de Estocolmo, distúrbio que tentei retratar nessas palavras e o qual me levou a questionar: quantos não estão presos a um relacionamento doentio simplesmente por medo da solidão, do abandono? São tempos difíceis esses onde estamos sempre só em meio a multidão. "Ainda são tempos de maus poemas", já diria Drummond e não há nada com que eu concorde mais. Maus poemas e más sensações. Doença por toda parte.  

Desculpem um conto tão pesado e tão cheio de sofrimento. Foi o único modo que encontrei de libertar algumas amarras literárias que tinha e prometo um tanto menos de sentimentos vis no próximo. 

13 comentários:

  1. Lembrou-me do caso das jovens sequestradas nos EUA, e como de fato isso pode acontecer, ainda mais nesse mundo... Achei muito interessante sua visão, não sabia dessa síndrome, é realmente um pouco chocante, não imaginei que já tinha se passado 5 anos o.O, estava essas semanas pensando no blog, a saudade, que bom que você escreveu. :)

    Parabéns pelos 3 anos do blog, e desde já Feliz Aniversárioo para vc *-*

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    1. "Conte a história do seu tempo" eu li uma vez e resolvi tomar como um dos meus objetivos literários. Ficção banhada de realidade. Acho que estamos em tempos realmente sujos, doentes. Os noticiários estão regados de sangue. Pensei em levar isso ao extremo. Que bom que gostou minha linda! Muito obrigada pelas palavras e pelo parabéns. E a ideia era mesmo dizer que, embora tudo pareça igual, o tempo voa. Deveríamos aproveitá-lo mais, já que as nossas correntes são bem menos visíveis que as da personagem.

      Beijão!

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  2. Ilzy, parabéns pelos 3 anos de blog e pelos 20 anos de existência! Sinceramente, o conto surpreendeu-me. Não me recordava de já ter lido algo parecido antes aqui no blog e eu gostei, gostei bastante. Compreender o que estava escrito e agora entender como o mundo anda doente. Acredito que assim como o relato no conto, há inúmeras pessoas que vivem assim. É triste perceber o quanto que a solidão nos assusta.
    ... Ah, está perdoada pelo hiatos, impossível não perdoar com este conto que surpreende e prende a atenção até o fim. Mas, por favor, menos hiatos e mais contos haha (:

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    1. Muito obrigada, Bia! E sim, eu resolvi tentar algo que nunca apareceu antes aqui no blog e a minha principal amarra literária: sexo. Decidi me desafiar e tentar sutilmente descrever um (ou vários) estupros. Não gosto de apelação, mas senti que era hora de me livrar de vez disso. "Você não escreve se tem medo" já dizia Clarice e eu nunca fui do tipo covarde. Ainda bem que você gostou, já considero uma vitória! Muito obrigada por estar sempre por aqui e prometo que não faço mais um hiatos tão grande, doía em mim de saudades também!

      Beijão!

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  3. Ilzy, essa espera valeu muito a pena! Te falei no twitter que estava com saudades dos seus contos, mas não imaginava logo depois ser surpreendida com um conto tão magnifico como esse. Fazia tempo que não lia nada novo que me fizesse arrepiar e parece que você atendeu um pedido particular meu. Estou lisonjeada e me sentindo muito próxima de você. Sei lá, essa relação entre escritor e leitor é algo muito incrível mesmo né? E sobre o conto, gosto muito desse estilo mais sombrio e pesado, e acho que combina perfeitamente com a seu jeito de escrever. E é realmente chocante parar pra pensar o quanto o medo da solidão reflete nos nossos atos, e saber que existem inúmeras pessoas passando por algo parecido com isso agora dá muito mais vida e sentimento a esse conto. E ah, consegui imaginar perfeitamente as personagens e as cores da história, e isso é um dos motivos por eu gostar tanto dos seus escritos; nem sempre leio contistas com tanta perfeição nesse aspecto. E ah, obrigada por esse presente. Espero que você volte de vez e esteja presente cada vez nos meus dias, me dando surpresas boas como essa de hoje.

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    1. Sabe, Angélica, foram depois dos nossos tweets que eu tive a epifania desse conto conversando com o meu namorado. Como te falei, estava numa crise imensa. Tinha ideias, mas nenhuma delas me parecia digna de escrever pra cá e eu nunca consigo finalizar algo assim. Dai, juntei umas duas ideias anteriores com essa e saiu finalmente. Meu primeiro impulso foi te mandar o link assim que postei! Obrigada, de verdade, pelo apoio. Eu amo essa ligação que você acaba criando com quem te lê, é como uma conversa de almas. Me sinto amiga de todo mundo que me lê! hahah

      Muito obrigada e é tão bom saber que consigo transmitir exatamente o que queria desse jeito! Muuuito obrigada!

      Beijão

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  4. Ilzy, perdoe a falta de jeito, mas enquanto lia, a palavra mais adequada que encontrei foi "caralho...". Há duas confissões a serem feitas. A primeira é que eu não gosto de contos, mas desde que comecei a acompanhar o seu blog minha perspectiva sobre o gênero mudou bastante e te admiro muito por ter esse domínio. A segunda é um agradecimento, porque a partir dos seus contos e das suas árduas defesas ao curso de Jornalismo, eu, que estava no segundo ano do ensino médio quando te conheci, larguei a vontade que tinha de cursar Arquitetura pra participar dessa área também. Estou no primeiro semestre e me sinto completamente feliz e realizada, então mesmo que você não saiba, sua participação na minha vida já foi bem considerável.
    Enfim, sem muitas delongas, meus parabéns por este conto. Comecei a ler esperando mais uma historinha de amor e me surpreendi com a sua maturidade ao decorrer da narrativa. Fico feliz que a sua inspiração tenha voltado pra comemorar o terceiro ano do blog e o seu vigésimo de vida. Continue nos encontando sempre.
    Um beijo.

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    1. Nesse momento existe uma sensaçãozinha tão boa em meu coração que me sinto no dever de agradecer por essas palavras. Escrever é tão complicado de vez em quanto, mas uma das principais causas de continuarmos é esse feedback, essa sensação que foi possivel tocar a alma de alguém com isso. Caio uma vez disse que gostaria de ser amado por algo que escreveu, eu também gostaria. Saber que essas palavras que agrupo por aqui, essa minha mania de inventar estórias que tenho desde criança, podem influenciar alguém a gostar de um gênero ou mesmo as minhas palavras bobas e sem filtro nas redes sociais a influenciar a escolha profissional de alguém não tem preço. Estudo comunicação e cada vez mais estou certa que as palavras são mais poderosas que as armas mais modernas. Em breve você saberá também.

      Eu quem agradeço, de todo coração, por me deixar participar assim da sua vida. Muito obrigada.

      Beijão!

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  5. Parabéns pelos 3 anos de blog e pelos seus 20 anos! Apesar de ser um conto pesado, gostei bastante. Não conhecia essa síndrome. Você escreve super bem. =)

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    1. Muito obrigada. Eu adoro pesquisar sobre síndromes, sabe? Algumas delas são inspiradoras. Muito obrigada pelas palavras e pelo parabéns! Ainda não consigo assimilar que são 20 anos (ainda me sinto com 17!) e 3 anos de contos. Espero que um dia eu consiga! haha

      Beijão!

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  6. Ilzy,que bom que vc voltou!eu entro no seu blog praticamente todo dia,esperando contos novos, e já estava com muitas saudades!Sempre penso em te perguntar quando vai sair um conto novo, mas "não se pode apressar um artista se espera bons resultados". Enfim, gostei muito do conto, é bem sombrio, e foi uma grande coincidência (ou destino, decida você) eu ter lido sobre a Síndrome de Estocolmo pouco antes de tê-lo lido.O começo não nos faz desconfiar da seriedade do assunto, e as partes do metrô são geniais.
    Pra finalizar, quero desejar um enorme parabéns ao blog (sou uma fiel leitora desde 2011) e a você, uma incrível escritora que está ainda no início de uma carreira transcendental.

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    1. Sabe, Laura, eu também sinto muito falta de escrever quando fico com essas travas, é como se um monstro estranho se enrolasse em todo o meu corpo implorando por um pouco mais de esforço, de tentativas. Mas, funciono melhor quando escrevo montando armadilhas pra levar os leitores para um plano e depois mudá-los completamente. Gosto dessa brincadeirinha e só consigo fazê-la quando o conto está completo na minha cabeça. Procuro só postar aqui o que eu realmente gostaria de ler e como sou muito perfeccionista, as vezes não fico satisfeita e acabo deixando algo pra pensar melhor. Por enquanto tem funcionado melhor assim, mas me tortura também ficar sem escrever!
      Muito obrigada pela fidelidade de leitura e por não abandonar o blog! Saiba que todos nós, quando estamos aqui, funcionamos como um só. Todos envoltos pelas estórias, pelos sentimentos e um é o que mais me agrada: conseguir através das palavras estar mais perto de vocês, montar essa ligação de almas. Muito obrigada pelos parabéns e espero sempre melhorar (por mim e por vocês)

      Beijão!

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  7. Ahhh que história bacana, quer dizer, histórica trágica, mas escrita de forma magistral. Fazia tempo que não entrava no seu blog, tempos que não falava contigo, mas em momentos de tristeza e amarguras o SEU cantinho sempre me foi salvador ^^.

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