As coisas que não te digo

14 maio 2016 / Tags: ,



Você nunca vai saber, mas às vezes, quando eu fico completamente no escuro, eu abro uma daquelas tuas fotos de antes, do tempo que nos dois éramos algo além de estranhos e que eu sabia aquele sorriso era só meu, assim como o meu era só teu, e falo tudo que eu sinto como se tu pudesse ouvir.

Como se eu, que não acredito em quase nada, acreditasse que se eu pensar forte o suficiente você também vai sentir tanto a minha falta quanto eu sinto a tua agora. E eu choro, ridícula e sozinha, falando tudo que eu queria falar pra alguém que eu nem conheço mais, alguém que não se importa mais comigo.

Cada um de nós tomou um rumo diferente na vida. Somos novas pessoas e mesmo sabendo que aquelas pessoas que éramos não existem mais, mesmo assim eu continuo querendo aquele nós que eu sei que nunca vai voltar, continuo querendo que alguém me faça sentir pelo menos minimamente todas as coisas que eu sentia contigo.

Continuo presa no que era um sentimento tão puro e que agora me parece um espinho. Sempre que meu coração bate atrás de um pouco de vida novamente, lá está ele para me proporcionar uma dor que não é insuportável, mas incomoda pela constância.

Meu amor que era rosa bem cuidada, agora me é espinho e machuca todo dia. Porém, eu sei: Existe um limbo entre o antes e o depois que precisa ser vencido até chegar-se a cura.

A sensação que tenho é de que fiz desse limbo minha morada. Ando presa tentando me soltar e correr do passado, mas sempre com ouvidos atentos, esperando qualquer sinal que me leve de volta ao que não voltará. No final, não vou a lugar nenhum.

E espero, espero, espero, espero.

Deixa estar. Uma dia eu canso de esperar e sigo em frente. Paro de pondera meus passos e te deixo onde é teu lugar: nas minhas lembranças bonitas de nós. Presas dentro de um baú a qual não pretendo mais abrir. Um dia te esqueço. Até lá sigo sentindo-me em casa nos piores lugares possíveis e isso é bom. Pelo menos não acho mais que o teu abraço é minha casa.

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