Então, forasteiro, senta aqui comigo e minha amiga solidão.
Faz companhia que a dela não me adianta mais.
Venha nesse bar pela manhã e pedirei gentilmente ao garçom que nos traga outra dose desse veneno que chamam de vida. Desse veneno que tomamos todos os dias, apesar de não saber. Vire o copo num gole só. É, igual a gente faz com remédio. Sem respirar que é pra não sentir o gosto. Só reclame quando não puder mais aguentar. É, eu sei, o gosto não é bom, mas só leva uns segundos pra passar pela garganta. Dizem que à um gosto de mel no final de todo fel. É só uma letra, afinal.
Então, garçom amigo, tragam o sol e outra dose desse veneno, por favor, porque até agora nenhuma delas me matou e haverá sempre um gosto acre no fundo da garganta de quem vêm beleza onde só existe nojo. Por que o pior, amigo, o pior é que nenhum de nós sabe quantas doses se precisa tomar até a hora de cruzar os dedos aos da morte. Então vamos embriagados de vida por mais um dia que insiste em nascer. Dá aqui a mão que eu mal consigo andar...
#PROJETO NOVO!
Dia desses andei lendo algumas crônicas escritas entre 2011 e 2012 e me surpreende com a atualidade que elas ainda tem na minha vida. São textos bastante pessoais organizados num projeto que chamei de "Outra Dose de Veneno" e decidi resgatá-los aqui no blog. Este é o texto de apresentação de não-sei-quanto outros que pretendo postar por aqui. Espero que gostem!
Eu lembro do blog Outra Dose de Veneno e amava os textos de lá. Nem preciso dizer que adorei que você vai resgata-los aqui, né?
ResponderExcluir