Dança comigo? II

04 janeiro 2011 / Tags: , ,


Samantha sentia o suor na nuca novamente, mas dessa vez era agradável. Seus cachos ruivos caíam soltos e quase molhados. Ali na curva de suas costas pousavam duas mãos. Seus pés estavam sobre os dele e era fácil dançar quando ele a conduzia daquela maneira. Aliás, ele tornava tudo mais fácil. Agradável. Divertido.

Suas mãos pousavam sobre os ombros dele e seus olhos azuis eram iluminados pelo brilho confuso que irradiava do sorriso do rapaz. O corpo dele estava quente e completamente colado ao seu. Ela nunca tinha ficado no centro de uma multidão...

O calor, misturado ao balanço das danças diversas dos casais próximos ou não e os sorrisos das pessoas desconhecidas animava de verdade. Mas, aquilo pouco importava para ela no momento. Tudo que ela conseguia pensar era em como alguém poderia mudar completamente tantas coisas em tão pouco tempo.

Podia ver perfeitamente as cores do momento do pedido. Era vermelho, para as suas bochechas, verde para as árvores ao redor e a esperança brotando da voz dele e amarelo, para o seu sorriso envergonhado e para seu sim completamente sem forças. E claro, o branco do sorriso dele. Sempre o sorriso dele. Uma explosão de sensações e cores mescladas à sentimentos diversos. Todos ligados ao mesmo destino: O balanço da cintura dele contra a dela e a músicas em seus ouvidos.

Em menos de quatro horas, ele já havia feito beber, dançar e sorrir como nunca havia feito antes. E ela estava morta de vergonha, mas perto dele, fazer algo vergonhoso era só divertido, não humilhante. Ele tropeçou diversas vezes enquanto tentava ensiná-la a dançar aquelas batidas que viram até mesmo o coração. E ele caiu enquanto recebia um empurrão de um rapaz bêbado e grandalhão. Às vezes, ele era completamente patético, mas era profundamente encantador.

E agora, ele estava ali em seus braços. Mesmo após tanto dançar, ele ainda tinha cheiro de sabonete e amiscar. E o pescoço dele era quente e agradável. Ela procurou coragem no fundo de sua alma e deu um pequeno beijo ali. Ela escutou uma risadinha pequena próximo ao seu ouvido. Recebeu um beijo em troca no mesmo lugar. Riu também.

Como ele conseguia?

Talvez ele não conseguisse, talvez ele estivesse sendo apenas o mesmo que sempre fora. Talvez ele simplesmente nem estivesse tentando. E talvez, só talvez, se ela também tentasse, como estava tentando, as coisas pudessem ser completas. Dois desconhecidos que talvez, apenas uma vez, resolveram ser quem realmente eram, sem máscaras e descobriram que poderia fazer aquilo sempre, deixando para sempre o talvez.

- Seria muita audácia se eu apenas fosse corajosa e pedisse que você fosse para sempre meu? Ela disse bem próximo ao ouvido dele e sorriu. - Eu fui seu desde a primeira vez que a vi. Só que nenhum de nós dois sabia disso. Dança comigo pra sempre, Sam?



... Mesmo que o sempre, seja apenas por essa noite. 
Faça algo se tornar eterno em seus pensamentos. 
Faça as coisas durarem pra sempre. 
O Amor é um jogo divertido demais para não o deixar acontecer.

4 comentários:

  1. @@@@@@@@@@@@@@ < minha expressão ao ler.
    ta lindo, como sempre, ilzy! PARABÉNS! *-*

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  2. Faço minhas as palavras de Mariana, nossa, esse texto é tão, tão, Ilzy! Meus olhos choraram por +(literalmente)! Preciso dizer que quando você publicar seu livro serei a primeira a comprar?
    Beijos e Parabens!
    Sara(@saholliveira)

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  3. Parabéns e obrigado por mais um maravilhoso conto, continue " Medo de olhar"

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