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05 janeiro 2016 / Tags: , , , ,

Vocês sabem: Perfeita Sintonia - Engenheiros do Hawaii

Eu sei, somos calendário do ano passado. 

As boas lembranças hoje são fotos que evito olhar, são sorrisos que raramente solto, são lembranças que me assombram em noites insones, são espera e frustração, são as tuas texturas de cabelo e pele e barba que meu tato quase esqueceu. Eu sei.  

Dói ver que o que restou daquele nós tão bonito são mensagens sobre o tempo. 

Quando nos tornamos tão estranhos a ponto de só querer dividir assuntos de elevador? Quando nos perdemos das ligações diárias para raras mensagens sem qualquer empolgação? Quando eu deixei de querer te contar meu dia só pra não precisar marcar o horário dos teus longos silêncios? Eu sei: É a vida que segue, temos vidas novas agora e não sobrou tempo, não sobrou força pra encaixar o outro desse jeito tão complicado que é a distância.   

Mas, mesmo sabendo de tudo isso, eu queria te dizer que teu silêncio me dói fundo. Que ainda acordo esperando ver uma mensagem de bom dia tua, que meu humor ainda melhora depois de uma simples risada trocada contigo, que ainda sigo teus conselhos como mantras quando as minhas grandes tristezas me sussurram sobre os ombros. Lembrar do teu sorriso ainda me faz sorrir como antes.

Te amar me fez alguém melhor e disso não estou disposta a abrir mão.  

Então, vai, que eu abro mão facilmente de nós pra te ver sorrir. Só me deixa saber que tu está bem. Reclama do mau tempo, mas também me fala de ti. Não reclama só do trabalho, me diz o que tu tem visto de belo por aí. Perdoa se eu surtar de saudades, se as vezes eu fraquejo de tristeza, se pareço mais perdida do que antes. 

Éramos mais amigos que amantes e isso era o mais bonito em nós. E se nada daquele amor tão bonito sobrou, mantém viva em mim essa chama que te admira e só quer teu bem e me diz que é reciproco, me diz que ainda está lá por mim como estou ti, como sempre estarei

O barco já afundou, eu sei. 
Já nadamos para lados distantes, eu sei. 

Mas, eu continuo aqui na margem do mar, parada, pateta, ridícula, a deriva, esperando. Talvez, um sinal, um SOS, um pedido. Qualquer sinal que tu está bem aí do outro lado tão longe dos meus dedos que queriam tanto te envolver com todo o meu corpo sem dizer nada até te fazer sentir que tudo vai ficar bem. Mesmo sabendo que não vai, mesmo sabendo que tu pode muito bem se virar sem mim. 

Gostar de verdade de alguém nos torna absurdos. 
Então, vem cá, me dá tua mão que eu não gosto de desperdiçar bons sentimentos. 
Vamos construir outra coisa boa juntos. 
Vamos (re)construir esse nós. 

28 julho 2014 / Tags:

Olá,

Como todo mundo deve ter percebido, o blog mudou completamente hoje, inclusive o nome. Portanto, convém explicar: após o aniversário de 4 anos e minha crise de inspiração para os contos, me veio uma vontade imensa de mudar as coisas por aqui. Resolvi, então, dar uma nova cara e uma nova motivação para escrever para este antigo baú de histórias. Para isso, um blog exclusivo de contos me parecia muito limitado, especialmente devido as mudanças na minha vida – as coisas mudaram muito para mim desde aquela noite da primeira inspiração que me fez criar este blog.

Então, resolvi ampliar nossos horizontes unindo aqui algumas das minhas maiores paixões. A partir de agora, além dos contos de minha autoria que continuam sendo o cargo chefe do blog e continuarão sendo postados sempre que escorrerem pelos meus dedos, teremos 3 novas categorias de posts, toda devidamente indicadas por ícones aqui do lado do título dos posts. 


Resenhas de livros: quem me conhece a mais tempo deve cansado de saber que sou completa e irrevogavelmente apaixonada por literatura. Cheguei a comandar uma coluna de indicações de livros no blog Depois dos Quinze entre 2010 e 2011.

Nesse meio tempo, me dediquei muito a universidade e acabei deixando um pouco minha paixão de lado. Mas, nesse ano, criei pra mim mesma o projeto #40LivrosEmUmAno, já estou no livro 23 e muita coisa boa tem passado pelos meus olhos. Resolvi criar a categoria para indicar os meus favoritos. Retomarei antigas – mas memoráveis! – resenhas por aqui além dos posts inéditos.

Crônicas: quem me acompanha também pelas redes sociais deve saber que esse não é meu único blog. O Outra Dose de Veneno surgiu quando eu sentia muita vontade de escrever sobre coisas que aconteciam na minha vida, pensamentos ou reflexões sobre o mundo que não cabiam mais em mim. Resolvi transferir estes posts para cá e continuar este desabafo mais pessoal por aqui também nessa categoria.

Diário de Viagem: Para quem ainda não sabe, ganhei uma bolsa de estudos para cursar um semestre de Jornalismo em Portugal. Tudo indica que minha viagem será em fevereiro/2015 e morarei em Coimbra. Postarei aqui tudo o que de melhor acontecer nos 6 meses que passarei por lá, além de dicas de intercâmbio para quem sempre sonhou (assim como eu!) com ares europeus.

Ainda sobre as mudanças, o novo layout é de minha autoria e reflete bastante o momento da minha vida: os pássaros e o céu que me acalmam de manhã cedinho quando o desespero do cotidiano vem; Tudo na minha paleta de cores preferidas (azul, cinza, preto e branco) quebrando totalmente a ideia sombria do antigo layout; Ilustrações para combinar com o novo canal do blog, o instagram @umaepifania onde vocês podem conferir as melhores frases acompanhada de lindas ilustrações e, claro, um novo nome.

Para quem não sabe, Uma Epifania acontece quando alguém tem subitamente uma compreensão ou realização. Um pensamento único e inspirador que encaixa a última peça de um quebra-cabeça mental complicado. É uma das minhas palavras preferidas e soou bom e adequado para este novo momento.

Espero que todos apreciem as novidades e não deixem de me avisar nos comentários os bugs que encontrarem pelo layout e o que acharam das mudanças – a opinião de vocês é muito importante nesse processo.



Ate mais!

09 maio 2014 / Tags:

As pessoas menosprezam o passar do tempo. É como se as coisas que acontecessem todos os dias não fossem dignas de atenção. Como se todos simplesmente passassem pelo dia sem realmente se importar. 

Datas comemorativas servem justamente para nos lembrar o passar do tempo. E elas assustam porque, embora preguiçoso, o tempo não deixa de existir um segundo sequer. Se você parar para pensar, o presente nem existe. Ele é apenas a expectativa antes do passado e o treino para o futuro. O Aqui-Agora é o próximo segundo que jamais alcançamos. E que talvez por isso mesmo não sabemos aproveitar.

Lembro exatamente o dia, a música e a sensação que senti quando escrevi o primeiro conto desse baú de histórias que compartilhamos por aqui. Foi essa história que me mostrou o caminho para uma verdade que me mostraria outros tantos caminhos - às vezes meus, às vezes totalmente alheios a mim e mesmo assim tão meus. 

A verdade é que você não escolhe as palavras ou as histórias. Elas é que te escolhem.  Ninguém vira escritor. Se nasce escritor. Ninguém sabe de onde a inspiração vem porque ela vem de tão fundo que não somos capazes de notar a sutileza do seu farfalhar, exceto quando o vento tornar-se ventania. As histórias surgem sozinhas de algum ponto entre a cabeça e os dedos de quem lhe escreve. Somos apenas o meio pelo qual elas nascem, pelo qual elas se espalham. 

Hoje, com 58 contos escritos, inimagináveis mais de 94.000 visitas e incontados (e queridíssimos) leitores, o blog completa 4 anos me provando mais uma vez que quando colocamos o melhor de nós em algo, é impossível que as coisas não tendam para o certo. 

Eu, que sempre gostei de tentar decifrar as sensações e me sentia tão sozinha por isso, encontrei outros tantos corações para compartilhar a audácia de entender o mundo, as pessoas e os sentimentos. Cada um dos contos, cada um dos anos por aqui, contam por si mesmos minha história, minha escolhas, meus novos conceitos e a de tantas inspirações - umas declaradas, outras que jamais chegaram a saber que o foram. Escrever é decifrar a si mesmo e acabar decifrando os outros sem querer.

Aceito o contrato que a vida me ofereceu e declaro: vinde a mim todas as sensações e filtrarei todas elas com o melhor de mim. E, claro, muito obrigada a todos que compartilham comigo esse prazer. 

...

P.S. Nesse dia tão especial, também venho detalhar algumas novidades

A primeira é que domingo tem conto novo e tentarei manter as postagens com frequência. Sei que ando postando menos e nenhuma desculpa é aceitável. Mas, a verdade é que resolvi me dar férias para voltar com o melhor de mim. Não, não parei de escrever um minuto, a diferença é que resolvi entender minhas novas sensações antes de tentar detalhá-las. Voltei, meio enferrujada, mas voltei. Até porque nunca deixei - sinto tanta falta do blog quanto todo mundo que me pede contos novos. 

A segunda é que teremos layout novo. Finalmente, não é? Dessa vez, decidi colocar mais pessoalidade para o design. Eu mesma estou desenvolvendo e até o fim do mês pretendo terminá-lo.

A terceira é o novo canal de divulgação do blog: o @umaepifania no instagram. Adoro ilustrações e resolvi juntar essa paixão com os contos e o resultado está muito positivo: em três meses são mais de 600 seguidores! Para os leitores que ainda não conhecem, seria um honra tê-los também por lá. 

11 julho 2011 / Tags: , , , , , , ,

Qualquer uma do Coldplay.

Enterrei fundo minha mão nos cabelos dele, enquanto tentava o máximo possível não olhar pro lado. Apenas queria sentir. Guarda o cheiro de sabonete que vinha do braço que ele usava pra brincar com uma das pulseiras do meu braço (aquela que ele havia me comprado em alguma das nossas viagens a praia e que estava bem gasta, mas que não me sentia capaz de tirar), o cheiro que vinha da blusa que ele gentilmente me emprestou pra dormir pela última vez naquela cama tão conhecida e o cheio daquele quarto em que tantas vezes estive e do qual nunca pensei que precisaria me despedir.

- Quando?
- Mais tarde
- Por quanto tempo?
- Não sei
- Você nunca sabe...

Não pude responder as reticências dele. Elas sempre diziam tudo que precisava. Eu realmente nunca sabia. Como podia imaginar que um dia precisaria dá idéia de cruzar o oceano pra entender que tudo que sempre quis estava ali ao lado? Porque, afinal, morar longe desse país imundo sempre foi meu sonho (ou seria o sonho dele que eu havia adotado pra mim?)

- Eu sinto sua falta
- Eu ainda não fui embora
- Mas, parece que partiu a um tempo de dentro de mim
- Está dizendo que me esqueceu?
- Estou dizendo que preciso
- E vai?

Silêncio.

Aquela não-resposta foi tudo que consegui enquanto espiava assustada os lábios dele formarem uma linha dura e o silêncio me explicou que não era provavelmente sair por voz: você não esquece uma vida toda, nem mesmo se essa vida vai embora.

- Quero que você venha comigo...
- Por quê?
- Porque eu preciso de novos ares, porque eu preciso te conquistar novamente...
- Você me perdeu quando aceitou ir
- Mas posso tentar te ter novamente
- E se eu disser que não quero?
- Eu digo que está mentindo
- Mas, não estou
- Eu sei...

Escutei a respiração suave dele enquanto tentava enterrar mais essa dor dentro daquele baú em que eu guardava todas pra só abrir durante o banho, onde minhas lágrimas salgadas e dolorosas se misturavam a água e não pareciam tão tristes assim.

- Você foi meu melhor amigo
- Você foi minha única amiga
- Porque precisa ser passado?
- Porque assim dói menos
- Não em mim...

Então ele cravou os olhos nos meus. E eu adorava o modo como as bochechas dele pareciam maiores quando ele inclinava a cabeça daquele jeito no travesseiro; e como os lábios dele pareciam ainda mais finos quando ele estava zangado e especialmente aquele pedido suplicante me dizendo pra não ir, pra adiar, pra ficar ali pra sempre, mesmo que esse pedido estivesse tão bem disfarçado no eu-não-me-importo-de-te-perder que pousava sobre os ombros dele, fazendo companhia aquele orgulho imenso. Procurei guardar tudo aquilo mesmo sabendo que doía pensar em nunca mais ter.

- Tem certeza que quer que seja assim? Que eu nunca mais ligue, nem te procure?
- Se as coisas fosse como eu quero, você não iria embora...
- E depois?
- Depois nada. As coisas continuariam como estão
- Então é o fim?
- Não, é o seu novo começo. E eu não estou incluído nele.

...

NOTA DA AUTORA; eu sei que tenho me repetido muito, mas é que nunca pareço dizer tudo que preciso então continuo tentando, tentando, tentando... Quem sabe juntando todo eu consiga?

Nem sei por que postei isso, só deu vontade. Breve um conto de verdade. Talvez ainda hoje, amanhã, semana que vem, quem sabe? Não ando muito regular nos contos e peço desculpas por isso. Logo volto ao normal, prometo. 

09 junho 2011 / Tags: , , , , , , , ,


Sempre gostei do tom avermelhado que o sol dava aos fios do cabelo dele, fazendo-o parecer ainda mais concentrado naquele livro de autor do nome estranho. Nada de literatura nacional, acho que ele já tinha lido todos, então se refugiava nas literaturas de outros países.

Eu tinha a impressão que um dia, após tanto esforço, ele leria tudo que tem vontade. E quando esse dia chegar, ele vai abaixar finalmente os olhos das linhas e os colocará em mim. Talvez demore anos, eu não posso prever, mas posso esperar.

Por ele, eu posso esperar.

De todos os outros caras que eu conheci, nenhum deles chegava perto do meu querido Ricardo. Também estava longe do que eu julgava bom-pra-mim. Ele esquecia com frequência das datas importantes e era um tanto misantropo pela manhã. Nunca me deu flores, mas me levou ao seu banco preferido do parque e me explicou porque gostava de ler ali. Ele tinha preguiça de fazer a barba. Era rude quando contrariado. Odiava minha banda preferida e trocava uma boa conversa sobre coisas que eu amo por ler aqueles livros velhos.

Mas, todos os dias ele vinha ao meu apartamento e sentava comigo ali na namoradeira que coloquei ao lado da janela. Era hora do pôr-do-sol e eu adorava sentir aqueles raios percorrendo minha pele. Ele nunca foi fã de sol, mas sentava comigo ali e ficava. Quando ameaçava chover e um vento frio vinha da janela, ele me puxava para o seu peito, seu colo, seus braços e ficava comigo ali, até que o frio passasse, até que eu quisesse sair. No geral, demorava muito tempo.

Nós costumamos brigar todos os dias. É, por qualquer coisa. E quando isso acontece, cada um de nós vai pra um canto do apartamento. Eu sinto vontade de dizer tudo que eu mais odeio nele, mas controlo minhas palavras. Quando eu me canso de sentir saudades dele, mesmo ele estando no quarto fumando um cigarro, preparo uma xícara de café. Só uma. Coloco entre os dedos e vou até a janela. Ele apaga o cigarro, vai até onde eu estou e me abraça. E pronto, as coisas estão resolvidas. Simples assim.

Quando é pra ser, os maiores sacrificios se tornam simples como respirar.
Os defeitos se tornam só pedrinhas no caminho, você só precisava passar por cima.
Se não é fácil, apesar do quão difícil possa parecer, é porque não é Amor.